A oficina de papel artesanal também foi um sucesso. Crianças e pessoas da comunidade puderam aprender a técnica que alia arte e preservação do meio ambiente. A oficina foi ministrada pelo grupo Oficina de Bonecos.
Para quem não pode participar, aí vai a receita (distribuído pela Oficina de Bonecos):
O papel artesanal
História: o papel foi inventado na China em 105 A.C., criado por Ts'ai Lun. Ele descobriu que a camada interna da casca da amoreira misturada a trapos, cânhamo e velhas redes de pescaria podiam ser reduzidos a fibras que, trituradas e emaranhadas, formavam uma folha. Esses materiais eram batidos até se transformarem em uma substância pastosa que era colocada em uma grande tinha e diluída em água onde mergulhava-se um molde raso e poroso. Retirava-se o molde e a água escoava pelo fundo, deixando uma camada de fibras que, ao secar, tornavam-se uma folha de papel. Apenas 100 anos mais tarde o papel se tornaria conhecido por outros povos, mantendo a China o monopólio de sua fabricação.
O papel no Brasil: Em 1809/1810 foi construída a 1ª fábrica de papel no Brasil, em Andaraí Pequeno, RJ. Com excessão do México, nunca antes havia-se confeccionado papel artesanalmente na América Latina. Na década de 80 há uma retomada do papel artesanal como reação política, cultural e ideológica.
Reciclagem: a reciclagem consiste na utilização do papel velho para obtenção do papel novo. Era uma prática limitada até o final da década de 70.Nessa época, a preocupação crescente com a poluição ambiental incentivou o reaproveitamento de detritos sólidos. A reciclagem também recebeu apoio de grupos que insistiam na melhor proteção dos recursos naturais.
O papel leva de 3 a 6 meses para se decompor na natureza.
Algumas razões para que se recicle o papel:
- reduzir custos com a matéria prima;
- economizar recursos naturais: água, madeira, petróleo e eletricidade;
- melhorar a competitividade das usinas que utilizam matéria prima reciclada;
- criar empregos: catadores de papel, sucateiros, donos de depósito, aparistas e industriais;
- diminuir custos de coleta e tratamento de lixo.
O papel pode ser reciclado várias vezes, dependendo do tamanho de suas fibras. Esse processo pode ocorrer de uma forma artesanal ou industrial. Para aproximadamente 50 kg de papel reciclado, poupa-se o corte de uma árvore.
Os melhores papéis para reciclagem são aqueles que oferecem resistência para rasgar. O saco de cimento e papel kraft são celulose de araucária, longas, que ainda não sofreram branqueamento sendo, portanto, excelentes papéis para a reciclagem. O filtro de café de papel é fibra de algodão. Aparas de gráfica, como papéis canson, vergê também se prestam à confecção do papel artesanal. Alguns papéis, entretanto, não se prestam à reciclagem. O papel carbono ou carbonado é extremamente tóxico, bem como o estêncil, que contém chumbo. O Jornal contém muita toxina. O papel couchê brilhante tem celulose pequena e deixa muito resíduo. Papéis laminados, fotográficos, plastificados e encerados devem ser evitados.
Equipamentos e materiais básicos:
- lugar com mesa e pia ou fácil acesso à água;
- 1 liquidificador;
- 1 bacia de pedreiro, ou bacia de verduras da geladeira (ou uma que seja bem maior que o molde)
- 1 molde (retângulo vazado de madeira com tela de mosquiteiro presa com tachinhas ou grampeador) - pode ser encomendado em Porto Alegre na Usina do Papel (Usina do Gasômetro) ou com Walmor (99534057);
- 2 tábuas envernizadas um pouco maiores que o molde;
- 1 balde (para colocar a polpa);
- papéis usados (rascunho, envelope, kraft, cartolina, saco de cimento, filtro de café, etc.);
- 1 esponja;
- 2 pedaços de feltro ou toalha velha (um pouco menor que a tábua);
- 3 sargentos, ou tijolos, ou livros pesados para prensar o papel;
- entretela n° 50 ou 60 sem cola e entretela fina sem cola para fazer o "sanduíche" para prensagem (encontra-se em lojas de tecido);
- varal e prendedores;
- enfeites (lã, linha, erva-mate, flores, folhas, casca de cebola, ervas, barba de milho...);
- cola CMC -carbox-metil-celulose - encontrada em lojas que vendem produtos químicos (em Porto Alegre tem na Farmaquímica - Rua Maranhão 47 / fone: 2123-5299 e na Usina do Papel);
- alúmen de potássio (opcional) - para facilitar o processo de fixação da cor quando o enfeite é fervido;
- copo ou jarra de plástico de 1 litro
- coador.
Como fazer papel artesanal:
1. separar os papéis a serem usados por tipo e cor;
2. rasgar os papéis em pedaços pequenos;
3. deixar de molho por 24h;
4. bater no liquidificador 3 punhados de papel levemente espremidos com 1 litro de água. Bater por 2 minutos até virar um mingau bem homogêneo;
5. escolher o enfeite, ferver por 15 minutos. Coar, lavar e depois ferver novamente por mais 15 minutos para amolecer as fibras e fixar a cor. Após bater no liquidificador ou picar a mão;
6. misturar o enfeite na polpa. 4 litros de polpa rendem mais ou menos 10 folhas A5;
7. Numa bacia colocar água até mais ou menos 4 dedos da borda. Se quiser, colocar meio copo de CMC para o papel ficar mais forte. Para começar colocar 1 litro e meio de polpa, depois ir repondo a polpa a cada 2 papéis;
8. arrumar a cama onde os papéis serão empilhados: tábua - toalha ou feltro - entretela grossa;
9. agitar a água da bacia, mergulhar o molde verticalmente, puxá-lo para cima horizontalmente para colher a polpa. Deixar escorrer a água sem agitar o papel (deixar a água escorrer em um canto do molde);
10. abrir o molde. Virar o molde com a parte do papel encostada na entretela. Secar o exesso de água com uma esponja, levantar um dos lados do molde e dar uma batidinha com as costas da mão para soltar o papel. Colocar a entretela fina, depois a grossa. É importante virar os papéis sempre no mesmo canto pra não estragá-los na hora da prensagem;
11. depois de pronto colocar outra toalha ou feltro e a outra tábua;
12. colocar o peso (sargento, tijolo...), para tirar o excesso de água;
13. pendurar o papel no varal pela parte da entretela para secar (pode ser no sol ou na sombra, só não é recomendado pegar vento);
14. depois das folhas secas é legal prensar de novo para ficar bem compacta, principalmente se quisermos usar para escrever. O ideal é deixar prensando 1 dia inteiro. Para deixar o papel mais lisinho intercalar as folhas com um plástico grosso, como RX usado um pouco maior que o papel (deve ser deixado de molho na clorofina para tirar a tinta).
DICAS:
*Cola CMC - 1 colher de sopa rasa para 1 litro de água. Bater no liquidificador até ficar homogênea. Pode ser conservado mais de um mês na geladeira.
*Alúmen de potássio - ferver por 5 minutos os enfeites com 1 colher de sopa para 1 litro de água.
*Para tingir pode ser usada anilina para tingimento de algodão, tanto na polpa quanto nos enfeites (ferver a polpa ou enfeite com anilina por meia hora - seguir as instruções do produto).
* Todo material usado deve ser lavado, limpo e seco.
* Guarde todo pedacinho de papel que você fizer. Ele pode ser usando em trabalhos de colagem.
Para quem não pode participar, aí vai a receita (distribuído pela Oficina de Bonecos):
O papel artesanal
História: o papel foi inventado na China em 105 A.C., criado por Ts'ai Lun. Ele descobriu que a camada interna da casca da amoreira misturada a trapos, cânhamo e velhas redes de pescaria podiam ser reduzidos a fibras que, trituradas e emaranhadas, formavam uma folha. Esses materiais eram batidos até se transformarem em uma substância pastosa que era colocada em uma grande tinha e diluída em água onde mergulhava-se um molde raso e poroso. Retirava-se o molde e a água escoava pelo fundo, deixando uma camada de fibras que, ao secar, tornavam-se uma folha de papel. Apenas 100 anos mais tarde o papel se tornaria conhecido por outros povos, mantendo a China o monopólio de sua fabricação.
O papel no Brasil: Em 1809/1810 foi construída a 1ª fábrica de papel no Brasil, em Andaraí Pequeno, RJ. Com excessão do México, nunca antes havia-se confeccionado papel artesanalmente na América Latina. Na década de 80 há uma retomada do papel artesanal como reação política, cultural e ideológica.
Reciclagem: a reciclagem consiste na utilização do papel velho para obtenção do papel novo. Era uma prática limitada até o final da década de 70.Nessa época, a preocupação crescente com a poluição ambiental incentivou o reaproveitamento de detritos sólidos. A reciclagem também recebeu apoio de grupos que insistiam na melhor proteção dos recursos naturais.
O papel leva de 3 a 6 meses para se decompor na natureza.
Algumas razões para que se recicle o papel:
- reduzir custos com a matéria prima;
- economizar recursos naturais: água, madeira, petróleo e eletricidade;
- melhorar a competitividade das usinas que utilizam matéria prima reciclada;
- criar empregos: catadores de papel, sucateiros, donos de depósito, aparistas e industriais;
- diminuir custos de coleta e tratamento de lixo.
O papel pode ser reciclado várias vezes, dependendo do tamanho de suas fibras. Esse processo pode ocorrer de uma forma artesanal ou industrial. Para aproximadamente 50 kg de papel reciclado, poupa-se o corte de uma árvore.
Os melhores papéis para reciclagem são aqueles que oferecem resistência para rasgar. O saco de cimento e papel kraft são celulose de araucária, longas, que ainda não sofreram branqueamento sendo, portanto, excelentes papéis para a reciclagem. O filtro de café de papel é fibra de algodão. Aparas de gráfica, como papéis canson, vergê também se prestam à confecção do papel artesanal. Alguns papéis, entretanto, não se prestam à reciclagem. O papel carbono ou carbonado é extremamente tóxico, bem como o estêncil, que contém chumbo. O Jornal contém muita toxina. O papel couchê brilhante tem celulose pequena e deixa muito resíduo. Papéis laminados, fotográficos, plastificados e encerados devem ser evitados.
Equipamentos e materiais básicos:
- lugar com mesa e pia ou fácil acesso à água;
- 1 liquidificador;
- 1 bacia de pedreiro, ou bacia de verduras da geladeira (ou uma que seja bem maior que o molde)
- 1 molde (retângulo vazado de madeira com tela de mosquiteiro presa com tachinhas ou grampeador) - pode ser encomendado em Porto Alegre na Usina do Papel (Usina do Gasômetro) ou com Walmor (99534057);
- 2 tábuas envernizadas um pouco maiores que o molde;
- 1 balde (para colocar a polpa);
- papéis usados (rascunho, envelope, kraft, cartolina, saco de cimento, filtro de café, etc.);
- 1 esponja;
- 2 pedaços de feltro ou toalha velha (um pouco menor que a tábua);
- 3 sargentos, ou tijolos, ou livros pesados para prensar o papel;
- entretela n° 50 ou 60 sem cola e entretela fina sem cola para fazer o "sanduíche" para prensagem (encontra-se em lojas de tecido);
- varal e prendedores;
- enfeites (lã, linha, erva-mate, flores, folhas, casca de cebola, ervas, barba de milho...);
- cola CMC -carbox-metil-celulose - encontrada em lojas que vendem produtos químicos (em Porto Alegre tem na Farmaquímica - Rua Maranhão 47 / fone: 2123-5299 e na Usina do Papel);
- alúmen de potássio (opcional) - para facilitar o processo de fixação da cor quando o enfeite é fervido;
- copo ou jarra de plástico de 1 litro
- coador.
Como fazer papel artesanal:
1. separar os papéis a serem usados por tipo e cor;
2. rasgar os papéis em pedaços pequenos;
3. deixar de molho por 24h;
4. bater no liquidificador 3 punhados de papel levemente espremidos com 1 litro de água. Bater por 2 minutos até virar um mingau bem homogêneo;
5. escolher o enfeite, ferver por 15 minutos. Coar, lavar e depois ferver novamente por mais 15 minutos para amolecer as fibras e fixar a cor. Após bater no liquidificador ou picar a mão;
6. misturar o enfeite na polpa. 4 litros de polpa rendem mais ou menos 10 folhas A5;
7. Numa bacia colocar água até mais ou menos 4 dedos da borda. Se quiser, colocar meio copo de CMC para o papel ficar mais forte. Para começar colocar 1 litro e meio de polpa, depois ir repondo a polpa a cada 2 papéis;
8. arrumar a cama onde os papéis serão empilhados: tábua - toalha ou feltro - entretela grossa;
9. agitar a água da bacia, mergulhar o molde verticalmente, puxá-lo para cima horizontalmente para colher a polpa. Deixar escorrer a água sem agitar o papel (deixar a água escorrer em um canto do molde);
10. abrir o molde. Virar o molde com a parte do papel encostada na entretela. Secar o exesso de água com uma esponja, levantar um dos lados do molde e dar uma batidinha com as costas da mão para soltar o papel. Colocar a entretela fina, depois a grossa. É importante virar os papéis sempre no mesmo canto pra não estragá-los na hora da prensagem;
11. depois de pronto colocar outra toalha ou feltro e a outra tábua;
12. colocar o peso (sargento, tijolo...), para tirar o excesso de água;
13. pendurar o papel no varal pela parte da entretela para secar (pode ser no sol ou na sombra, só não é recomendado pegar vento);
14. depois das folhas secas é legal prensar de novo para ficar bem compacta, principalmente se quisermos usar para escrever. O ideal é deixar prensando 1 dia inteiro. Para deixar o papel mais lisinho intercalar as folhas com um plástico grosso, como RX usado um pouco maior que o papel (deve ser deixado de molho na clorofina para tirar a tinta).
DICAS:
*Cola CMC - 1 colher de sopa rasa para 1 litro de água. Bater no liquidificador até ficar homogênea. Pode ser conservado mais de um mês na geladeira.
*Alúmen de potássio - ferver por 5 minutos os enfeites com 1 colher de sopa para 1 litro de água.
*Para tingir pode ser usada anilina para tingimento de algodão, tanto na polpa quanto nos enfeites (ferver a polpa ou enfeite com anilina por meia hora - seguir as instruções do produto).
* Todo material usado deve ser lavado, limpo e seco.
* Guarde todo pedacinho de papel que você fizer. Ele pode ser usando em trabalhos de colagem.
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