“Conversar con todo el mundo. No temer el contagio de los adversos. Ningún conflicto es un túnel cerrado y la luz del entendimiento puede entrar por los dos extremos.”
Pablo Neruda
***
A tolerância é, sem dúvida, a chave para uma convivência harmônica e produtiva entre seres vivos co-habitantes do Planeta Terra.
Essa afirmação, aparentemente um pouco ampla, poderia nortear a postura dos seres humanos frente a natureza e apaziguar conflitos históricos.
A forma como as coisas sempre foram feitas, em si, não justifica que as ações continuem sendo realizadas da mesma maneira. Isso significa dizer que todo o cidadão deveria repensar o porquê de agir de uma ou de outra forma, avaliando cruamente as motivações e desejos.
Quando falamos em meio ambiente temos uma questão cultural muito forte e conceitos arraigados, mas que hoje podem ser injustificados. As ações e formas de fazer e pensar transmitidas ao longo das gerações parece prevalecer, em muitos casos, ao estudo científico e discursos para preservação do meio ambiente.
O que quero dizer com tudo isso? De maneira simples: não é mais possível aceitar algumas situações comuns num passado não muito distante. Hoje caçar é crime, assim como desmatar. E porque se tornou um ato criminoso se era uma prática tão comum, aceita e amplamente praticada? Justamente por esses motivos. Animais foram caçados sem nenhum controle, sem nenhum cuidado. Espécies foram dizimadas, seja por sua utilidade, seja por não serem “úteis”. A mata nativa, outrora exuberante, foi completamente explorada, restando pequenas manchas que, apesar do tamanho, ainda desempenham um papel fundamental para todos os seres vivos do Planeta.
Hoje as florestas, os cursos d´água e todos os recursos naturais estão acima do direito privado de um cidadão. O meio ambiente é direito de todos e, sendo assim, sua proteção é uma obrigação coletiva. Ações isoladas parecem pequenas justamente porque são avaliadas isoladamente, mas quando agrupadas percebe-se sua dimensão.
Desta forma, a tolerância é um conceito que vai além do próprio termo, não devendo ser entendida apenas como o ato de “suportar”, mas sim como uma nova forma de ver a vida, respeitando outros seres, outras opiniões, não bastando apenas escutar o outro, mas principalmente compreender o outro, avaliar seus motivos e argumentos e, com isso, repensar os nossos próprios conceitos. Parece simples, mas não é. Colocar-se no lugar do outro verdadeiramente é um desafio, ponderar é primordial. A busca pela plena satisfação dos nossos desejos deve ser precedida por uma avaliação criteriosa. Dentro de uma sociedade há regras estabelecidas, algumas claras, outras sutis. Para o que não há regra, há o bom senso.
A briga pela defesa do meio ambiente deveria ser uma ação coletiva, visto que a degradação da mesma gerará implicações para todos os seres vivos – e não somente para uns ou outros. A poluição do ar, da água, o aquecimento global atinge a todos, independente de dinheiro, de poder, de credo.
Conservar a natureza é uma questão de atitude, tolerância e respeito. Exemplos simples: as árvores não são meros objetos criados para satisfazer aos nossos desejos e necessidades. Elas existem por si mesmas, respiram, reproduzem-se. Algumas árvores podem sobreviver muitos anos. Elas não são meros elementos decorativos, fornecedores de sombra ou proteção. Muitas vezes recebemos solicitações para corte de árvores para realçar a fachada de algum empreendimento, ou porque dão muito trabalho para limpar a calçada quando perdem folhas. É nesses casos que se percebe a necessidade de uma grande dose de tolerância e respeito. É claro que varrer a calçada diariamente gera trabalho, mas aquela árvore está ali, às vezes há mais tempo que nós, fornecendo sombra, proteção ao vento, beleza... Não é uma questão de substituí-la por outra. Seres são insubstituíveis e a maioria tem defeitos e qualidades. Assim, o relacionamento entre seres humanos ou não, deve estar aberto aceitar os defeitos, respeitá-los, valorizar as qualidades e conviver com tudo isso. Não estamos falando em radicalismos! Há caso de árvores danificando prédios, ameaçando cair sobre casas... ok! Certamente não é culpa delas, foram plantadas em locais inadequados, mas para garantir a segurança são retiradas. Mas esse tipo de atitude não deve ser a regra, deve ser a exceção. O mesmo pode-se dizer dos animais. Alguns deles estão próximos de nós, convivem conosco. Ótimo! Isso é muito bom! E porque temos que tomar alguma atitude? Porque sempre que vemos um animal pensamos que temos que fazer alguma coisa (pro bem deles ou pro fim deles)? Na maioria das vezes eles estão bem onde estão e muitas vezes só de passagem... Então porque não tolerar sua presença? E quem sabe até usufruir dela?
O segredo da convivência é a tolerância, mas para que isso seja possível é preciso que cada um de nós esteja disposto a fazer a sua parte.
(Bióloga Mariana Faria Corrêa)
Essa afirmação, aparentemente um pouco ampla, poderia nortear a postura dos seres humanos frente a natureza e apaziguar conflitos históricos.
A forma como as coisas sempre foram feitas, em si, não justifica que as ações continuem sendo realizadas da mesma maneira. Isso significa dizer que todo o cidadão deveria repensar o porquê de agir de uma ou de outra forma, avaliando cruamente as motivações e desejos.
Quando falamos em meio ambiente temos uma questão cultural muito forte e conceitos arraigados, mas que hoje podem ser injustificados. As ações e formas de fazer e pensar transmitidas ao longo das gerações parece prevalecer, em muitos casos, ao estudo científico e discursos para preservação do meio ambiente.
O que quero dizer com tudo isso? De maneira simples: não é mais possível aceitar algumas situações comuns num passado não muito distante. Hoje caçar é crime, assim como desmatar. E porque se tornou um ato criminoso se era uma prática tão comum, aceita e amplamente praticada? Justamente por esses motivos. Animais foram caçados sem nenhum controle, sem nenhum cuidado. Espécies foram dizimadas, seja por sua utilidade, seja por não serem “úteis”. A mata nativa, outrora exuberante, foi completamente explorada, restando pequenas manchas que, apesar do tamanho, ainda desempenham um papel fundamental para todos os seres vivos do Planeta.
Hoje as florestas, os cursos d´água e todos os recursos naturais estão acima do direito privado de um cidadão. O meio ambiente é direito de todos e, sendo assim, sua proteção é uma obrigação coletiva. Ações isoladas parecem pequenas justamente porque são avaliadas isoladamente, mas quando agrupadas percebe-se sua dimensão.
Desta forma, a tolerância é um conceito que vai além do próprio termo, não devendo ser entendida apenas como o ato de “suportar”, mas sim como uma nova forma de ver a vida, respeitando outros seres, outras opiniões, não bastando apenas escutar o outro, mas principalmente compreender o outro, avaliar seus motivos e argumentos e, com isso, repensar os nossos próprios conceitos. Parece simples, mas não é. Colocar-se no lugar do outro verdadeiramente é um desafio, ponderar é primordial. A busca pela plena satisfação dos nossos desejos deve ser precedida por uma avaliação criteriosa. Dentro de uma sociedade há regras estabelecidas, algumas claras, outras sutis. Para o que não há regra, há o bom senso.
A briga pela defesa do meio ambiente deveria ser uma ação coletiva, visto que a degradação da mesma gerará implicações para todos os seres vivos – e não somente para uns ou outros. A poluição do ar, da água, o aquecimento global atinge a todos, independente de dinheiro, de poder, de credo.
Conservar a natureza é uma questão de atitude, tolerância e respeito. Exemplos simples: as árvores não são meros objetos criados para satisfazer aos nossos desejos e necessidades. Elas existem por si mesmas, respiram, reproduzem-se. Algumas árvores podem sobreviver muitos anos. Elas não são meros elementos decorativos, fornecedores de sombra ou proteção. Muitas vezes recebemos solicitações para corte de árvores para realçar a fachada de algum empreendimento, ou porque dão muito trabalho para limpar a calçada quando perdem folhas. É nesses casos que se percebe a necessidade de uma grande dose de tolerância e respeito. É claro que varrer a calçada diariamente gera trabalho, mas aquela árvore está ali, às vezes há mais tempo que nós, fornecendo sombra, proteção ao vento, beleza... Não é uma questão de substituí-la por outra. Seres são insubstituíveis e a maioria tem defeitos e qualidades. Assim, o relacionamento entre seres humanos ou não, deve estar aberto aceitar os defeitos, respeitá-los, valorizar as qualidades e conviver com tudo isso. Não estamos falando em radicalismos! Há caso de árvores danificando prédios, ameaçando cair sobre casas... ok! Certamente não é culpa delas, foram plantadas em locais inadequados, mas para garantir a segurança são retiradas. Mas esse tipo de atitude não deve ser a regra, deve ser a exceção. O mesmo pode-se dizer dos animais. Alguns deles estão próximos de nós, convivem conosco. Ótimo! Isso é muito bom! E porque temos que tomar alguma atitude? Porque sempre que vemos um animal pensamos que temos que fazer alguma coisa (pro bem deles ou pro fim deles)? Na maioria das vezes eles estão bem onde estão e muitas vezes só de passagem... Então porque não tolerar sua presença? E quem sabe até usufruir dela?
O segredo da convivência é a tolerância, mas para que isso seja possível é preciso que cada um de nós esteja disposto a fazer a sua parte.
(Bióloga Mariana Faria Corrêa)
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